Vivências de professoras negras por cosmopercepções da corporeidade da Gira/Exu no contexto escolar

vivências de espiritualidades afrikanas

Autores/as

  • MICHELE LOPES DA SILVA ALVES

Resumen

Exu é o principal orixá da Cultura Iorubá, por que é o senhor o Cosmo e do Universo ao provocar o movimento deles, estabelecendo conhecimentos a partir da existência da Natureza em coexistência com todos os seres vivos —especialmente as pessoas— ou não vivos.
O trabalho reconhece essa relevância e valoriza, respeitando tais conhecimentos ancestrais basilares das religiosidades de matrizes afrikanas, que podem reduzir e, quiçá, exterminar com o racismo religioso. Portanto, trata-se de como os conhecimentos ancestrais, da Filosoia Afrikana e advindos de Exu que estão presentes nas escolas e são praticados por professoras negras, de forma signiicativa e valorativa, sem que as mesmas tivessem esse propósito. O trabalho é um recorte da pesquisa de doutorado, defendida na FAE/UFMG, “Corporeidades da Gira por professoras negras da rede pública de contagem: encruzilhadas na educação” (2022). A pesquisa teve como objetivo principal: “analisar em que medida se conigura a autoairmação da corporeidade afro-brasileira negra por professoras negras, da Rede Pública de Ensino do Município de Contagem, no contexto da educação”. A metodologia construída se fez pelas encruzilhadas emergidas por Exu a partir da análise de fotos de 10 anos outrora e fotos atuais do ano de 2019, de seis professoras negras indicadas por diferentes pessoas ísicas e jurídicas, devido às corporeidades distintas. A evidência de espiritualidades afrikanas na escola ocorre devido a forma como os corpos são percebidos e se relacionam, tendo consciência de sua negritude e se autoairmando em corporeidades de mulheres negras, contrariando o “devenir” negro de negação do mesmo e da deinição de ser pela cultura eurocêntrica. Mesmo havendo resquícios dessas em várias dimensões culturais e corpóreas, o processo de conscientização e autoairmação das corporeidades dessas professoras fortaleceram o processo de outras possibilidades de existir fora das amarras do racismo, na compreensão da existência de si e da negritude. Elas ressigniicaram as relações estabelecidas e o pedagógico por meio de suas corporeidades da gira que geram sentimentos e signiicados correspondentes a alguns aspectos da Filosoia Afrikana e dos conhecimentos ancestrais.

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Publicado

29-06-2024

Cómo citar

LOPES DA SILVA ALVES, M. (2024). Vivências de professoras negras por cosmopercepções da corporeidade da Gira/Exu no contexto escolar: vivências de espiritualidades afrikanas. Diáspora Africana, 1(1). Recuperado a partir de https://ainalc.org/ojs/index.php/diaspora/article/view/8