Na contemporaneidade, o campo de estudos da linguagem tem se voltado para a abordagem de questões emergentes que envolvem inclusão, diversidade e equidade no contexto educacional. Este Grupo de Trabalho propõe uma imersão crítica na temática da construção de uma sala de aula que seja simultaneamente queer e antirracista. Com base em perspectivas teóricas e práticas, buscamos explorar e discutir estratégias que promovam um ambiente educacional mais inclusivo e democrático. Essa proposta se mostra alinhada com demandas contemporâneas por espaços educacionais mais reflexivos, sensíveis e respeitosos a performances de gênero, sexualidade, raça e classe não hegemônicas que contribuem para tensionar sentidos engessados e que, por isso mesmo, muitas vezes são marginalizadas em instituições escolares ainda ancoradas à colonialidade do saber, poder e ser (QUIJANO, 2005). No entanto, entendemos que onde há poder, há resistência. Consideramos, ademais, que aquilo que está à margem é iluminado porque “pode apresentar alternativas para a compreensão de nosso mundo " (MOITA LOPES, 2022, p. 20-21). Dada a relevância de dirigir nosso olhar para as múltiplas opressões sofridas por sujeitos que destoam do padrão branco cisheteronormativo de classe média-alta, propomos tratar dessas questões no ambiente escolar sobre o prisma da interseccionalidade, e, em sintonia com prerrogativas previstas nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008, debater ações e perspectivas antirracistas, bem como práticas pedagógicas que promovam uma abordagem mais holística e inclusiva, em diálogo com outras cosmovisões e formas de se produzir conhecimento. Sendo assim, este GT se delineia como um fórum acadêmico para apresentação de pesquisas e relatos de experiência, intercâmbio de práticas e estratégias, métodos de ensino, propostas didáticas e recursos pedagógicos que possam contribuir para a formação de uma geração de docentes e discentes atenta às as complexidades da sociedade contemporânea e engajada com o propósito de torná-la mais equânime, aberta a outridades e a novos processos de letramento (aqui entendido como prática social). Nossos principais objetivos são: explorar e debater teorias queer e antirracistas aplicadas ao contexto da sala de aula; compartilhar práticas pedagógicas inovadoras que visem desconstruir estereótipos de gênero, sexualidade, raça e classe; investigar o impacto das práticas queer e antirracistas no ambiente de ensino/aprendizagem e fora dele; analisar desafios e barreiras enfrentadas na implementação de uma abordagem queer e antirracista na educação. Dito isso, destacamos que neste GT, concebido como um espaço de diálogo e colaboração, são bem-vindes estudantes, pesquisadores, educadores e todes que estejam interessadas/os nessa discussão vital para a transformação positiva do ambiente educacional contemporâneo.