Num cenário que aspira à igualdade, é imperativo enfrentarmos as profundas disparidades de gênero e de raça presentes em nossa sociedade. A desigualdade estrutural, muitas vezes enraizada em sistemas históricos de opressão, continua a moldar a experiência de milhões de pessoas e este problema não apenas estimula nossos princípios fundamentais de justiça e de equidade, mas também compromete o progresso social e a harmonia coletiva. A interseção entre gênero e raça amplifica os percalços enfrentados por grupos historicamente marginalizados, os quais, frequentemente, enfrentam obstáculos adicionais na busca de oportunidades, reconhecimento e igualdade de tratamento. A desigualdade de gênero, quando combinada com disparidades raciais, resulta em experiências únicas que exigem uma atenção específica. As artes desempenham um papel crucial na promoção da reflexão sobre igualdade de gênero e de raça, oferecendo um espaço multifacetado para explorar e questionar as normas sociais. Este Grupo de Trabalho (GT) propõe uma reflexão no terreno das interseções entre gênero e raça nos textos literários e nas demais expressões artísticas. O objetivo é explorar como esses temas se entrelaçam para dar forma a narrativas diversas e significativas, ressignificando normas sociais e promovendo a representatividade. São válidas propostas cujos textos pensam como os artistas exploram as nuances da experiência humana, a fim de dar especial atenção à resiliência destas vozes, por desafiar estereótipos e contribuir para a construção de uma narrativa cultural mais inclusiva, promovendo uma representação mais autêntica e multifacetada. Além disso, abordaremos como as criações artísticas podem funcionar como ferramentas de resistência e também de criação de espaços para o futuro desses corpos. Em conjunto, esses aspectos contribuem para a criação de um ambiente cultural que fomenta a reflexão crítica e o diálogo construtivo sobre equidade de gênero e raça, impulsionando a sociedade em direção a uma compreensão mais profunda e a ações transformadoras. Logo, o foco deste Grupo de Trabalho é refletir como essas questões instigam estruturas patriarcais e racistas ou/e propõem possibilidades de sucesso para essas vidas para a construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva.