19. Interseccionalidade(s), Opressão Epistêmica e Resistência: enfocando as lentes para a igualdade e a justiça social a partir de Patrícia Hill Collins
Bruna Carolini Barbosa, Kleber Aparecido da Silva
Através de suas experiências de vida, tanto pessoal como professional, a professora, pesquisadora e ativista Patricia H. Collins, da Universidade de Maryland, College Park, EUA, tem explorado como a epistemologia (re)constitui um mecanismo tanto de opressão intelectual como de resistência. Para entender como as estruturas sociais de poder agem, constrangem e oprimem, a pesquisadora negra estadunidense tem articulado a interseccionalidade aos sistemas de poder, a partir do que denomina de “matriz de dominação", entendida como “uma rede específica de relações sociais que une múltiplos domínios de poder, em torno de uma dimensão central de opressão. Como tal, ela é composta de múltiplas hierarquias interconectadas, que podem ser baseadas em raça, gênero, classe, sexualidade, nação ou outras dimensões" (COLLINS, 1990, p. 190, tradução nossa). O conceito de “interseccionalidade" surge como um projeto epistemológico e metodológico do feminismo negro, no qual é uma das pioneiras, para tornar visível o cruzamento de opressões estruturais: raça, etnia, classe social, gênero, que sustentam as desigualdades e os privilégios sociais, operados por sistemas de poder. Neste grupo de trabalho, convidamos pesquisadores/as do Brasil e do exterior, que atuam na área da Linguística Aplicada (Crítica), da Sociolinguística, da Sociologia, da Filosofia,do Direitos (Humanos) e áreas afins, a submeterem artigos/resenhas/entrevistas, que contemplem, dentre outras possibilidades, as seguintes temáticas: i) A interseccionalidade como ferramenta analítica para compreender as relações de poder e desigualdades em diferentes contextos sociais; ii) O feminismo negro; iii) As imagens de controle e suas implicações na representação de grupos marginalizados na mídia e na cultura popular; iv) As contribuições de Patrícia Hill Collins para a teoria social contemporânea; v) As implicações políticas e práticas das teorias de Patrícia Hill Collins; vi) A relação entre interseccionalidade e o feminismo negro; vii) A aplicação da teoria de imagens de controle nas análises de desigualdades raciais e de gênero; viii) A relação entre a teoria da interseccionalidade e as políticas públicas; ix) A interseccionalidade, opressão epistêmica e a teoria queer; x) A interseccionalidade, resistência e a(s) decolonialidade(s). Os tópicos propostos são possibilidades temáticas, mas as contribuições não estão limitadas a eles. Esperamos receber trabalhos de colegas do Brasil e do exterior que possam aprofundar e verticalizar o debate e a reflexão crítica/decolonial sobre as teorias de Patrícia Hill Collins bem como sua relevância para a complexa tarefa de criar inteligibilidade sobre diferentes questões sociais.
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alavras-chave: Linguística Aplicada Crítica; Interseccionalidade; Justiça Social.