22. Enegrecendo as memórias: oralidade, Serviço Social e outras áreas do saber
Bárbara Oliveira Rosa, Rosicler Silva
Para pensar a questão social e o enfrentamento da reatualização conservadora no Serviço Social, é necessário entender que os racismos transcendem o imaginário social ao se concretizar em todas as relações humanas, afetando o cotidiano da população negra brasileira. Destaca-se que os estudos sobre as relações étnico-raciais têm ocupado um lugar privilegiado no debate contemporâneo de assistentes sociais, posto que seus aspectos têm implicações para o seu trabalho profissional. Por isso, o objetivo deste Grupo de Trabalho é receber pesquisas sobre as memórias e oralidade das pessoas negras no trabalho do Serviço Social, bem como em outras áreas do saber. A temática é essencial na construção de um fazer profissional antirracista, para tanto, se observa a necessidade de formação continuada para assistentes sociais na perspectiva das memórias e oralidade, visando a apreensão das nuances nos atendimentos e ações realizados com pessoas negras, o que contribuirá na identificação e no enfrentamento aos racismos. As memórias, compreendidas enquanto experiências pretéritas vividas, compõem a história e através da oralidade apresentam elementos coletivos, sociais, culturais e políticos que permitem aproximar e analisar a construção de uma dada sociabilidade, reverberando no tempo presente e futuro por consistir em instrumentos de luta e transformação. O Projeto Ético-Político Profissional do Serviço Social apresenta direção social na perspectiva da construção de uma outra sociedade em que não haja nenhuma forma de exploração, discriminação e preconceitos. Por isso, infere-se no campo da oralidade e das memórias, um caminho para a criação de uma nova realidade, de um país com maior igualdade étnico-racial. Isso se deve pela potência política que as memórias possuem ao mobilizar histórias que foram invisibilizadas e ensurdecidas pela branquitude. Assim, negras e negros requerem que suas memórias sejam respeitadas, reconhecidas e registradas enquanto direito previsto na Constituição Federal de 1988, seja durante o atendimento nas Políticas Públicas ou nas histórias oficias e nas pesquisas e estudos cientificos e sociais.
Palavras-chave: Memórias; Serviço Social; Oralidade.