24. Musicalidades africanas e afro-diaspóricas como repositórios da memória negra no Brasil
Renan Ribeiro Moutinho, Luiza Nascimento Almeida
O presente grupo de trabalho pretende reunir pesquisas que analisem o conjunto de sonoridades africanas e afro-diaspóricas presentes em um mosaico de expressões musicais decorrentes dos deslocamentos culturais e sociais constituídos a partir do protagonismo e da presença da população negra no Brasil. Deslocamentos que continuam a se manifestar, nos dias de hoje, em áreas urbanas, como nos subúrbios; em contextos religiosos de matriz africana, como nas casas de candomblé e umbanda; e em confluências afro-diaspóricas oportunizados por plataformas digitais que conectam o Bronx, Luanda e o Complexo do Alemão em apenas alguns cliques. Em outras palavras, pretendemos acolher discussões acadêmicas comprometidas em explorar não apenas os aspectos restritos ao som, da forma como o ocidente, no geral, compreende o tema, mas tudo aquilo que envolve o processo de realização da musicalidade no contexto afrodiaspórico, notadamente mais orgânico, desde o cultivo da matéria-prima para fabricação de instrumentos até a performance no âmbito ritual ou não. A discussão de saberes e memórias associados às musicalidades afro-diaspóricas, não raro transmitidos por meio de práticas da oralidade – o que ressalta seu caráter ancestral – são elementos fundamentais para a elucidação e construção de outras epistemologias que comtemplem
Afrolatinoamericanos y del Caribe culturas pertencentes às matrizes africanas, sobretudo no que concerne ao espaço acadêmico, o qual ainda carece substancialmente de pluralidade referencial nesse sentido. O objetivo, assim, é favorecer um contorno íntegro desse escopo cultural, vinculado de forma indelével a vida do indivíduo e da comunidade a partir da qual ele edifica e fortalece sua identidade, levando em consideração teorias decoloniais e contracoloniais que reconheçam a importância dessas manifestações musicais como agentes da memória e da herança cultural da negritude. Serão aceitas produções acadêmicas nos formatos tradicionais indicados nas normas de submissão do Congresso e produções ensaísticas fonográficas ou audiovisuais sobre a temática do Grupo Temático. Estas últimas possuem normas específicas, como duração entre 15min e 50min, precedidos de um resumo (entre 250 e 500 palavras) ou resumo expandido (até 1.500 palavras) com breve relato contextualizando o ensaio e link para o arquivo audiovisual no Youtube, ou em plataforma similar.
Palavras-chave: Epistemologias africanas; Musicalidades africanas; Negritude; Ancestralidade.