31. Mulheres negras, processos de luta e resistência nos territórios rurais na América Latina
Ana Paula Inacio Diorio, Maíra Lopes dos Reis
A formação socioterritorial do Brasil e da América Latina é marcada por desigualdades étnicas, raciais e de gênero. Nessa estrutura, predomina uma elite agrária branca, que dominou e produziu violências para as mulheres negras e indígenas, em sua maioria, camponesas. Para essas mulheres, a realidade brasileira e latina americana é de segregação associada à perda de direitos na luta pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, deste modo, os feminismos negros e decoloniais podem denunciar a imbricação estrutural do racismo, machismo, patriarcado, sexismo e da luta de classes e as explorações que atravessam a tragédia da escravidão e perpassam pela práxis feminista de mulheres negras e rurais até a modernidade cujo modo de funcionamento das sociedades ainda é regido pela exploração do trabalho no campo, na concentração de terras e bens da natureza, a negação de direitos à Educação do Campo, a segurança e a soberania alimentar e nutricional, entre outras ausências. O GT Mulheres negras, processos de luta e resistência nos territórios rurais na América Latina se propõe a discutir, num espaço coletivo de debate, as temáticas que têm sido fundantes para o fortalecimento dos movimentos de mulheres negras rurais, quilombolas e a reprodução de suas vidas em seus territórios, como: as questões de gênero, sexualidade, classe, raça-etnia e gerações; feminismo negro, decoloniais e processos de lutas na América Latina e a defesa dos territórios rurais; movimento de mulheres camponesas e Agroecologia, questão agrária e ambiental, lutas e movimentos sociais e sindicais e o trabalho no campo; geração de renda; segurança alimentar e nutricional; grupos produtivos de mulheres rurais, agricultura familiar, campesinato negro, associativismo e cooperativismo; pesca artesanal e os diferentes modos de reprodução da vida no campo; reforma agrária; pobreza e desigualdades de gênero, direitos sociais, políticas públicas, Educação do Campo e Educação escolar quilombola e juventude camponesa.
Palavras-chave: Mulheres rurais; Gênero; Territórios; Feminismos.