Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como um determinante social, o racismo resulta em piores resultados em saúde para pessoas negras. A saúde mental e violência obstétrica, por exemplo, refletem as disparidades que incidem sobre as mesmas. Os desafios e lacunas existentes, a saber, a formação profissional deficiente, a assistência em saúde precária inacessível e a baixa produção de conhecimentos sobre a saúde destas pessoas, se inserem em um contexto determinado por questões complexas, especialmente numa região com as desigualdades da América Latina. Partindo da compreensão e adoção de um conceito ampliado de saúde, contemplando a compreensão da noção de território para além de delimitações geopolíticas, este Grupo de Trabalho considera e contempla espaços institucionais, domésticos, comunitários ou coletivos nos quais se configuram práticas institucionais e saberes populares no campo da saúde. Sendo assim, este Grupo de Trabalho (GT) pretende discutir aspectos teórico-práticos que envolvem a produção de vida e de cuidado a partir destes/nestes territórios ou os espaços formais e informais de práticas de cuidado em saúde. Abordagens teórico-metodológicas que utilizem a integralidade e interseccionalidade como ferramentas analíticas podem contribuir com o debate. Serão estimuladas propostas nas quais hajam diálogo e trocas de experiências, reflexões e resultados de pesquisas entre estudantes, pesquisadoras/es, profissionais dos serviços, gestoras/es e integrantes de coletivos e/ou de movimentos sociais. A partir deste encontro plural entre conhecimentos acadêmicos e saberes populares, espera-se que as discussões possam contribuir para adensar as discussões sobre a integralidade e interseccionalidade como lentes que podem ampliar concepções e práticas de cuidado, com enfoque em populações vulnerabilizadas. As propostas podem ser enviadas com foco na dimensão investigativa sobre a análise de problemas de saúde, contemplando aspectos assistenciais, educativos, metodológicos, gerenciais ou reflexões sobre experiências concretas de ação desenvolvidas. Trabalhos que discutam a saúde mental, violência obstétrica, racismo que incidem sobre a população negra serão priorizados.